REC #33 | Ainda dá?
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O Bahia ganhou folga na rodada e não entrou em campo durante o último fim de semana. Bem que o Vitória também poderia ter recebido esse descanso, que aí eu não precisava vir aqui dizer mais uma vez como está difícil a situação do Rubro-Negro na Série B do Campeonato Brasileiro. Os 90 minutos contra o Goiás mostraram um time que parece já não ter forças para reagir. Com direito a imagem dos jogadores de mãos dadas rezando no banco de reservas na volta do intervalo. Respeito a fé de cada um, mas não é isso que vai salvar o Leão. Se é para alguém rezar, deixa isso com o torcedor, que não treina e nem entra em campo.
Restam dez partidas para o Vitória na Série B, e hoje o time precisa de três rodadas para conseguir deixar a zona de rebaixamento. É uma conta difícil de fechar. O Rubro-Negro é o segundo time que menos venceu jogos no campeonato. Foram só quatro, em 28 possíveis. Como acreditar que ele vai ganhar mais quatro nos próximos dez? Como eu disse, é uma conta difícil de fechar.
PRIMEIRO TEMPO
Eu sou apaixonado pelo vocabulário particular do futebol. Das expressões mais antigas, tipo ‘cama de gato’, até as mais modernas, como os ‘extremos desequilibrantes’ de Tite. Acho que tudo tem hora e lugar para ser usado. No meio de um repertório tão vasto, um dos meus termos preferidos é “copar”. Copar é bom demais. Porque jogo de Copa é bom demais. Copar é vencer, mesmo sem ganhar. É triunfar no empate, e até na derrota. É continuar vivo na Copa. Por mais paradoxal que pareça...MATA-MATA É VIDA! Respeito máximo aos pontos corridos, mas nada me faz trocar uma noite de quarta-feira por uma tarde de domingo. Principalmente se a noite em questão for uma noite sul-americana. Foi nesse cenário que tivemos a mais recente copada do futebol: Atlético-MG 1 x 1 Palmeiras. Na casa do adversário, com torcida e tudo. O Alviverde não ganhou do Galo. Ele copou o Galo, copou o Mineirão, e está de volta à final da Copa Libertadores. Para defender o título de 2020, vai precisar copar o Flamengo.
A final da Copa Sul-Americana também vai ser verde e amarela: Athletico x Red Bull Bragantino. É a primeira vez na história que o mesmo país coloca quatro finalistas nas competições continentais da América do Sul. O domínio brasileiro é reflexo do nosso poder econômico no futebol continental. Além dos jogadores por aqui revelados (Danilo, Arthur Victor, Abner Vinícius), conseguimos repatriar talentos em fim de carreira (Hulk, Filipe Luís, Renato Augusto) e contratar grandes atletas de países vizinhos (Arrascaeta, Nacho Fernández, Gustavo Gómez). Isso sem contar na chegada de treinadores estrangeiros (Jorge Jesus, Abel Ferreira, Juan Pablo Vojvoda). Outro motivo que explica o controle tupiniquim nas competições continentais é o número de vagas. Inclusive, em 2022 serão NOVE brasileiros na Libertadores. Praticamente metade da Série A vai disputar a principal competição da América do Sul. Bizarro.
SEGUNDO TEMPO
O dono da Liga dos Campeões atacou novamente. Cristiano Ronaldo voltou a fazer história nas noites europeias já ao entrar em campo e superar o número de presenças de Iker Casillas, mas ele sempre quer mais. O português então foi lá e marcou, no último minuto, o gol da vitória do Manchester United sobre o Villarreal. CR7 detém seis recordes na Champions: mais jogos (178); mais gols (136); mais gols em mata-mata (67); mais gols em uma única edição (17); mais jogos consecutivos com gols (11); único a fazer gols em três finais. Outro português que brilhou na Liga dos Campeões foi Jorge Jesus. Ele comandou o Benfica no 3 a 0 para cima do Barcelona e deu um passo importante para classificar em um grupo que tem ainda o Bayern de Munique.
O Brasil ficou em terceiro lugar na Copa do Mundo de Futsal. Assisti algumas partidas durante o torneio, e que saudade da Falcão. Quando ele estava em quadra o entretenimento era garantido. Hoje os jogos mais mais travados, como a semifinal em que a Seleção perdeu para a Argentina. O futsal passou a ser levado muito a sério pelos hermanos nos últimos anos. Só em Buenos Aires eles têm uma liga com três divisões. Os frutos estão sendo colhidos agora, com o país em duas finais seguidas de Copa do Mundo. Campeões em 2016, dessa vez eles ficaram com o vice ao perder para Portugal, que faturou o primeiro título.
TRÊS DE ACRÉSCIMO
Assistir aos jogos da Copa do Mundo de Futsal também despertou muita saudade dos tempos de escola. Por mais que a referência sempre fosse o futebol, na hora de colocar o talento à prova eu e meus amigos sempre corríamos para as quadras, mais acessíveis que um campo quando você é pivete. Juntava ali oito ou dez cabeças, arrumava uma bola e já era. As chuteiras nem faziam falta. Naquela época eu até preferia jogar sem elas. Foram muitos babas, e alguns campeonatos. Nunca venci nenhum, mas me orgulho de ter feito parte de um time que era respeitado por deixar tudo em campo, ou melhor, em quadra.
Saudades MALEMO!